Conheça como é a crise de identidade, a primeira crise que vamos abordar, segundo a Antroposofia e a Teoria dos Setênios. Depois faça uma reflexão e comente este post nos contando como foi esta crise na sua vida, um momento tão importante para o desenvolvimento humano.
Ao término do terceiro setênio, nós seres humanos chegamos à maioridade. Saímos da abstração da infância, e dos conflitos mais intensos da adolescência e desembarcamos no mundo terreno. Nesta fase o indivíduo quer liberdade, e para muitos acontecem fortes crises em relação à própria identidade. Muitos jovens buscam se libertar da imagem do pai, para serem eles mesmos. O mesmo acontece com as jovens em relação à imagem de suas mães. O mundo não está mais restrito a família e a escola. Desejamos ser reconhecidos como indivíduo, precisamos nos reconhecer e sermos reconhecidos. Muitas vezes, faz parte dessa libertação, a saída da casa dos pais, mudando “fisicamente” ou “quebrando” fortemente as imagem de adolescente. Muito também, dependerá dos pais, se conseguirão enxergar o adulto nos filhos, para terem uma relação de igual para igual, no que diz respeito, a lidarem de adulto para adulto. Essa relação será base para um bom relacionamento entre eles.
A marca deste setênio que se inicia aos 21 anos são as escolhas, qual profissão seguir e onde estudar. Nesta fase é onde a vida profissional tem início, começando a dar a possibilidade de criar a tão sonhada liberdade. O jovem pode distorcer as coisas e acreditar que o dinheiro é a chave de tudo. Existe a crença de que já se é maduro o suficiente, que sabe-se tudo e pode-se emitir julgamentos racionais.
Essa busca por liberdade também tem um sentido de exposição. Tudo está voltado para o externo, para fora, para o mundo. Há uma dificuldade em ouvir o outro e entender suas posições, tudo deve seguir o seu sentimento de mudança, de julgamento de certo e errado, de bom e ruim. As trocas nesse ciclo são muito importantes. O diálogo, a abertura ao novo, a prática da compreensão, da solidariedade, assim como o seu reconhecimento e o pertencimento.
É quando começa a fase do amadurecimento psicológico e anímico do ser humano. É a fase que começa-se a “lutar”, segundo o provérbio chinês. E o que significa essa luta? É por onde começa a conquista de uma posição na vida, o encontro do local de trabalho “adequado”, a busca por um(a) parceiro(a) e para alguns a formação de uma família. Também vale destacar que inicia-se um grande trabalho interno sobre tudo que recebemos mais ou menos passivamente nos setênios anteriores.
A analogia é de uma mochila que recebemos para carregar nas costas. Dentro dela estão bons presentes, e outros nem tanto. E então começamos a nossa jornada, usando os presentes da mochila, escolhendo aqueles que nos servem e vamos aprimorar e aqueles que serão descartados porque já não nos servem mais. É importante que saibamos que é uma fase de experimentação, na qual vamos amadurecendo psicologicamente, negar e se opor também faz parte desse processo, para que, a partir da percepção do que não é, possa-se começar a encontrar-se a si mesmo.