Rudolf Steiner
“Três forças fundamentais da alma: Pensar, Sentir e Querer”. Essas três forças encontram-se numa ligação determinada por leis cósmicas superiores. “
A antroposofia (do grego anthropós “homem”, e sophia “sabedoria”), literalmente significa “sabedoria a respeito do homem”. Essa filosofia e ciência elaborada em seus princípios pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925), procura satisfazer a sede por conhecimento do homem moderno.
Dentre os conceitos Antroposóficos, destacam-se os arquétipos, que são sabedorias muito antigas da humanidade, imagens que estão presentes no nosso inconsciente coletivo há milhares de anos. A noção de arquétipo está na própria raiz das palavras arte, artífice, arquitetura e arquiteto, que remetem a idéia de estrutura, sustentação ou de vigas invisíveis que mantem uma grande construção. Os arquétipos formam os mitos e histórias das mais diferentes civilizações e culturas. São conhecimentos que as pessoas não sabem que sabem, mas que, quando entram em contato com eles, captam sua essência como se lembrassem de algo muito conhecido, num fenômeno intuitivo, fortemente motivador de mudanças. Essas representações simbólicas ajudam a explicar o que, em determinadas situações, as palavras humanas não conseguem explicar. Os arquétipos tem a qualidade de dar racionalidade a um mundo, muitas vezes, sem sentido, além de ter uma força de conscientização e mobilização.
Enfim, uma dessas imagens arquetípicas é a do ser humano trimembrado, composto pelas dimensões do Pensar, do Sentir e do Querer.
O Pensar, o Sentir e o Querer são consideradas ferramentas da alma, porque dão forma e concretizam nossa experiência de vida.
Ao tomar consciência do arquétipo do ser humano trimembrado, torna-se mais fácil pensar e propor ações de desenvolvimento que levem em conta as pessoas de forma integral.
Além disso, trata-se de uma forma de enxergar a si mesmo que pode ajudar muito em exercícios de autoconhecimento e desenvolvimento. Para que o conhecimento encontre a sabedoria é necessário que se encare o desenvolvimento humano de forma integral, equilibrando mente, coração e mãos/pernas (os membros que remetem a ação e movimento).
O Pensar nos convida a observar a “mente”, por meio de fatos, conceitos, argumentos, ideias e lógica.
Com o Sentir o convite é para a observação do “coração”, sinalizado pelas emoções, valores, sentimentos e vivências.
E o Querer nos chama a observar as “mãos/pernas”, por meio da energia, intenções, vontades, propósitos e motivação.
O pensar conecta-se fortemente ao conteúdo; o sentir é muito influenciado pelas nossas interações com outras pessoas; e o querer trabalha com movimentos e ações. O equilíbrio entre esses três elementos ajudam a trazer um “Eu” consciente e presente em nossas ações e realizações na vida, sejam elas voltadas para nós mesmos como indivíduos ou em situações coletivas.